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Rejeição: A ferida do vazio

Diante de um sentimento tão intenso quanto a dor da rejeição, é natural sentir-se sozinho e abandonado, mas este sofrimento pode ser amenizado. Saiba porque nos sentimos rejeitados e como lidar com a ferida do vazio.

Dói no fundo da alma...

A dor causada pela rejeição talvez seja um dos sentimentos mais difíceis de ser superado. Trata-se de uma dor tão intensa que se assemelha a dor física, mas não há medicamento que a cure ou comportamento que a previna. Não há uma resolução rápida, prática e pontual que possa dar conta dessa sensação.


O sentimento da rejeição pode aparecer a qualquer momento e em qualquer área da vida interpessoal: entre casais, amigos, família ou no ambiente escolar e de trabalho. Trata-se de um sentimento natural e cada pessoa sente a rejeição de uma forma diferente, variando de acordo com a educação recebida, a cultura e sociedade em que está inserida e a personalidade individual.


Todos as pessoas, em algum momento da vida, já foram rejeitadas um dia: como no namoro que não deu certo; no grupo de pessoas em que não se sentiu aceito; entre outros. Ainda que esse processo seja doloroso para todos, alguns conseguem superar esse fato com maior facilidade, outros sentem dificuldade e algumas vezes por não conseguir lidar com isso acabam se fechando para a vida.



Por que nos sentimos rejeitados?


O desejo de ser aceito e incluído em grupos sociais ou o desejo de viver um relacionamento amoroso é importante para o indivíduo, pois são nessas relações que ocorrem diversas experiências e vivencias para o amadurecimento humano. Entretanto, em alguns casos há uma excessiva importância dada à opinião e aos valores dos outros e a pessoa torna-se dependente de aprovações externas. Passam a agir de acordo com o que acreditam ser o desejo do outro, tendo a ilusão de que desta forma estarão seguras da solidão e de um possível abandono. Não é raro perceber que deixam de fazer coisas pelo medo de ser rejeitada, até por pessoas que não têm nenhuma ligação emocional.


No consultório, quando começo a atender uma pessoa que traz a demanda da dor da rejeição, sempre incluímos no trabalho questões relacionadas com autoestima e a insistência em supervalorizar a opinião e aprovação dos outros em seu modo de ser, pensar e agir.


Com a falta de estrutura interna necessária para lidar sozinha com aquilo que pensa, sente ou deseja, a autoestima da pessoa tende a permanecer rebaixada, ficando mais vulneráveis à rejeição.


Em geral a pessoa com a dor da rejeição sente-se ansiosa, magoada, ofendida ou com raiva de si ou do outro. Muitas vezes busca a qualquer custo entender o porquê da rejeição, e como não encontra nenhuma explicação que lhe faça sentido naquele momento, sente-se culpada e acaba se desvalorizando (“Será que eu falei ou fiz alguma coisa que a outra pessoa não gostou?” ou “Acho que não sou boa o suficiente”). Em alguns casos surgem também desejo de pose ou vingança (“Não vou admitir que aquela pessoa fique com mais ninguém”) ou ideias suicidas. É preciso estar atento a estes sinais, pois muitas vezes a dor torna-se pesada demais para ser suportada sozinha e procurar ajuda para o tratamento adequado é essencial.



A importância em cuidar de si mesmo


É natural que diante da rejeição surjam sentimentos de tristeza, solidão e abandono, mas é preciso estar consciente de que atribuir ao outro a responsabilidade integral pelo próprio bem estar, é sentir-se rejeitado cada vez que algo for negado. Acreditar que a outra pessoa deve assumir e suprir as suas próprias necessidades retrata uma atitude quase infantil e inconsciente de acreditar que são elas que devem comandar sua vida.


O importante é não aceitar a rejeição como uma crença destrutiva a respeito de si mesmo, tornando-se uma pessoa insegura para novas experiências e fechando-se para a vida com medo de magoar-se novamente.


A dor da rejeição é tão intensa que pode gerar profundas feridas, mas o sofrimento pode ser menos ativo. A psicoterapia poderá ajudar quem se sente rejeitado a compreender e elaborar este sentimento, entender que às vezes o outro pode dar ou não a resposta que deseja e como superar esta frustração.


O processo psicoterapêutico poderá ajudar a pessoa a se tornar mais independente e responsável pelo seu próprio potencial para ser feliz. Por meio do amadurecimento e da descoberta de quais são os seus verdadeiros desejos e valores, este é um processo que auxilia na construção de recursos internos para lidar com limites e com o sentimento de frustração e impotência.

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