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A violência contra as mulheres


O tema sobre a violência contra as mulheres tem ganhado maior visibilidade, principalmente nos últimos meses, graças ao apoio de campanhas de conscientização que circulam nas redes sociais de todo o país. Lembrando que as diversas formas de violência atingem mulheres de todas as faixas etárias, classes sociais e níveis de cultura.

É muito interessante observar que por meio desses espaço virtuais muitas mulheres tiveram a coragem e a possibilidade de relatar tristes e devastadoras histórias ocorridas ao longo de suas vidas, sendo no âmbito público ou privado. Interessante também é perceber que esse movimento colabora para que outras mulheres possam reconhecer suas próprias vivências, alentando-as sobre o que é a violência e que não precisam ser reféns dessa situação.


Por meio de mensagens que não cessam, podemos acompanhar como é a realidade vivenciada por inúmeras mulheres que sofrem diariamente interferências negativas em suas vidas por experiências que certamente prejudicam sua saúde física, psíquica e impedem o bem estar pessoal.



Tipos de violência


A violência pode se manifestar de diversas formas e em diferentes graus. Em geral, estas formas de violência não se produzem isoladamente, mas fazem parte de uma sequência crescente de episódios.


Veja alguns tipos de violência:


Violência física: Quando uma pessoa tenta causar dano não acidental, por meio do uso da força física ou de algum tipo de arma que pode provocar ou não lesões externas, internas ou ambas. Esta violência pode se manifestar de várias formas, como tapas, empurrões, mordidas, arrastar, amarrar, arrancar a roupa, entre outros.


Violência sexual: A violência sexual compreende uma variedade de atos ou tentativas de relação sexual sob coação ou fisicamente forçada, no casamento ou em outros relacionamentos.

A violência sexual é cometida na maioria das vezes por autores conhecidos das mulheres envolvendo o vínculo conjugal (esposo e companheiro) no espaço doméstico, o que contribui para sua invisibilidade e muitas vezes o não reconhecimento destes atos como uma forma de violência.

Esse tipo de violência acontece nas várias classes sociais e nas diferentes culturas. Diversos atos sexualmente violentos podem ocorrer em diferentes circunstâncias e cenários.


Violência psicológica: É toda ação ou omissão que causa ou visa causar dano á autoestima, à identidade ou ao desenvolvimento da pessoa. Inclui: insultos constantes, humilhação, desvalorização, chantagem, isolamento de amigos e familiares, manipulação afetiva, ameaças, privação arbitraria da liberdade (impedimento de trabalhar, estudar, cuidar da aparência pessoal, gerenciar o próprio dinheiro, etc), entre outros.


Violência moral: ação destinada a caluniar, difamar ou injuriar a honra ou a reputação da mulher.


Violência econômica ou financeira: São todos os atos destrutivos ou omissões do(a) agressor(a) que afetam a saúde emocional e a sobrevivência dos membros da família. Inclui: furtos, destruição de bens pessoais (roupas, objetos, documentos, animais de estimação e outros) ou de bens da sociedade conjugal (residência, móveis e utensílios domésticos, terras e outros) e outros.


Fonte: http://www.pmpf.rs.gov.br/servicos/geral/files/portal/tipos-violencia.pdf



O ciclo da violência


O ciclo de violência se desenvolve em quatro fases e de maneira repetitiva: da tensão, da agressão, das desculpas e da reconciliação.






a) fase da tensão: se caracteriza por constante estado de irritabilidade do parceiro, adotando expressões agressivas e silêncios hostis;


b) segunda da agressão: é a da agressão (gritos, insultos, ameaças, tapas e socos);


c) fase das desculpas: o parceiro minimiza o seu comportamento, pede perdão e põe a culpa na mulher ou em fatos externos pela sua atitude;


d) fase da reconciliação: na qual a mulher acredita na mudança de atitude do parceiro, ocorrendo a expressão de afeto entre ambos e o retorno das relações sexuais. É a chamada lua-de-mel.


A experiência no atendimento de mulheres em situação de violência nos mostra que tal ciclo se repete, traduzido por momentos intercalados de agressões e amor, fato que contribui para que a mulher permaneça durante anos vivenciando uma relação violenta. Este ciclo traz consequências lesivas e prejudica a saúde física e mental da mulher.


Por esta razão, é importante que a mulher conheça as especificidades do ciclo em que está envolvida, a fim de encontrar meios de sair da situação. Sempre ressaltando que a busca por ajuda poderá contribuir para que a mulher se fortaleça e avalie quais são os possíveis caminhos para seguir rumo à superação destes conflitos.



Entenda mais sobre a violência psicológica


No que se refere à violência psicológica, o isolamento familiar e social é uma de suas principais formas de manifestação. Por meio da proibição de outras relações interpessoais a mulher se vê enfraquecida de uma rede de apoio que a ajude a superar esse tipo de relacionamento abusivo, tornando-se cada vez mais dependente e submissa ao parceiro.


Muitas vezes esse tipo de violência se encontra velada em tons de brincadeiras, tornando-se silenciosa e sutil a expressão da violência psicológica, sendo a construção do relacionamento afetivo permeado por constantes estados de humilhação e constrangimentos.



Quais as consequências da violência psicológica


Muitas vezes a mulher não se dá conta que está vivenciando uma relação psicologicamente abusiva, tornando-se introspectiva e sem perspectivas positivas para o futuro. As repercussões na subjetividade da mulher que vivencia situações de violência psicológica ocorridas em âmbito doméstico e intrafamiliar são imensas, profundas e devastadoras.


O resultado do relacionamento permeado por agressões verbais em forma de humilhações, xingamentos, ofensas, ciúmes, interrogatórios, invalidar o trabalho, desqualificar a aparência física, falta de diálogo, isolamento social e emocional gera medo, sofrimento, dor, angústia, culpa, vergonha, sentimentos de ódio, raiva, tristeza e impotência diante de tal violência.


A mulher passa a ter pouco ou nada de contato consigo mesma, resultando em profundas e danosas desestruturações na personalidade, prejudicando sua autoestima e a maneira de fazer escolhas para sua própria vida.


O empobrecimento da capacidade em discriminar, sentir e tomar atitudes frente a situação de violência pode trazer sintomas como ansiedade, depressão, fobias, somatização de doenças pelo corpo, falta de vontade de realizar tarefas, insônia, pesadelos, falta de concentração, irritabilidade, falta de apetite, desejo de chorar frequentemente, estresse, agressividade, sentimento de insegurança, perda da valorização de si mesma e do amor próprio ou até mesmo comportamentos autodestrutivos, como o uso de álcool e drogas, ou mesmo tentativas de suicídio.


É comum o questionamento acerca das razões que levam uma mulher a permanecer em uma relação violenta. Não há uma causa única, mas sim múltiplos fatores que corroboram esta situação, como a dependência emocional ou financeira do parceiro, a esperança de que o companheiro mudará seu comportamento, o medo provocado por ameaças de morte, ou, ainda, em função dos filhos, frutos do relacionamento.



Quando procurar ajuda


O momento de procurar ajuda é relativo e depende de cada mulher. O ideal é quando ela se percebe numa situação em que não se sente satisfeita e, por alguma razão, não se sente preparada para lidar com os conflitos.


As mulheres que se percebem num relacionamento violento também estão lidando com uma série de sonhos e expectativas frustradas em relação ao casamento e à família. Por isso, o importante é compreender que a psicoterapia é um espaço sigiloso em que a mulher não será julgada.


A importância da psicoterapia está relacionada à ampliação da consciência e das relações que estabelece, favorecendo o fortalecimento da autoestima e dando suporte para que a mulher consiga realizar escolhas criativas e funcionais em sua existência, reconfigurando o contato consigo mesma e em suas relações afetivas/sociais e novos projetos de vida.

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